Xavier e William: dois ouros para o Brasil
(Foto: CBR)

Um ouro em 19 provas, e com tempero hispânico. Graças novamente à dupla William Giaretton e Xavier Vela Maggi, o Brasil foi ao topo do pódio no último dia do Campeonato Sul-Americano, em Valparaíso, no Chile. O catarinense e o espanhol naturalizado brasileiro, que já haviam conquistado a vaga olímpica no Double Skiff Peso-Leve, na quinta-feira, venceram também no Dois Sem Peso-Leve, este domingo. Ao todo, o Brasil ganhou 16 medalhas no fim de semana, sendo sete de prata e oito de bronze – três delas em provas com três barcos.

A vitória no Dois Sem PL também teve apenas dois adversários. A guarnição brasileira venceu em 6m54s632, superando chilenos (6m58s889) e peruanos (7m20s414). Ainda pela Espanha, Xavier, de 26 anos, já ganhara dois bronzes internacionais nesta prova (que não é Olímpica), no Campeonato Europeu de 2013 e na 3ª Etapa da Copa do Mundo no mesmo ano. A dupla com William, um ano mais novo, conquistou a vaga no Pré-Olímpico na última qualificação interna da seleção, em fevereiro na raia da USP, em São Paulo.

Para o coordenador técnico da seleção, Marcello Varriale, “os resultados do Sul-Americano são realistas e devem ser analisados rigorosamente”. Segundo ele, “há muito potencial a ser desenvolvido no remo brasileiro, tanto com os atletas envolvidos com este grupo da seleção, quanto com os atletas que atualmente treinam em seus clubes e que participarão da próxima seletiva, o Campeonato Brasileiro de Barcos Curtos”, em abril.

O Brasil foi ao pódio em todas as provas disputadas este domingo no Lago Curauma. Além do ouro, foram quatro pratas (Double Skiff Júnior e Sênior, Four Skiff Masculino Sênior e Single Skiff Feminino Júnior) e seis bronzes (Quatro Sem Sênior, Four Skiff Peso-Leve, Quatro Sem Júnior e Oito Com, no Masculino; e Double Skiff e Four Skiff Sênior, no Feminino).

“Nossa representatividade no cenário da América do Sul continua bastante aquém do que fomos um dia”, comentou Gibran Cunha, ex-remador da seleção e marido de Fabiana Beltrame, que será o narrador oficial em português dos Jogos Olímpicos no estádio de remo da Lagoa Rodrigo de Freitas, em agosto. Ele alerta para “que os bons resultados do Pré-Olímpico não mascarem a realidade geral do nosso remo, amplamente posto à prova em todas as categorias nesse torneio Sul-Americano”, e pede “que os clubes voltem a investir e a produzir bons remadores para as próximas gerações, pois a atual precisa melhorar bastante”.

Sem contar as provas do Pré-Olímpico – nas quais o Brasil conquistou dois ouros, uma prata e um bronze, sendo o único país a classificar todos os quatro barcos para os Jogos do Rio –, brasileiros chilenos e argentinos somaram 16 medalhas cada nas 20 provas deste fim de semana. Os anfitriões foram ao topo do pódio 11 vezes (com quatro pratas e um bronze), três ouros a mais que os argentinos (seis pratas e dois bronzes). O Uruguai ganhou três pratas e três bronzes. Peru, Paraguai e Nicarágua tiveram três, dois e um bronze, respectivamente.

“O objetivo da seleção no Sul-Americano era testar barcos jovens, visando Mundial Júnior, Sub-23 e provas não olímpicas”, explica Varriale. “Em geral, houve evolução em relação aos resultados de provas sênior dos últimos anos. Guarnições de juniores e sub-23, categorias de base e ainda com muitos aspectos a desenvolver, tiveram resultados inconstantes, e demonstram que há vários aspectos para evoluir, mas que há grande potencial”, avalia o coordenador da seleção.

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