Seleção investe na evolução dos barcos do Sul-Americano

Equipe brasileira no Sul-Americano Sênior e Júnior (Foto: reprodução Facebook)

Equipe no Sul-Americano Sênior e Júnior
(Foto: reprodução Facebook)

Evolução. Essa é a palavra-chave para avaliar a participação do Brasil no Campeonato Sul-Americano Sênior e Júnior, segundo o coordenador técnico da seleção, Marcello Varriale. “Em remo de alto nível, não existem atalhos ou milagres”, diz ele, considerando que “algumas provas foram satisfatórias, dentro da expectativa, e outras ainda abaixo do resultado projetado”. Ao todo, o Brasil ganhou quatro medalhas de ouro, oito de prata e oito de bronze, contando as quatro provas do Pré-Olímpico, excluídos os barcos não sul-americanos.

“Sem dúvida alguma o resultado das provas do Pré-Olímpico foi muito bom, como há tempo o Brasil não atingia, principalmente nas provas Double Skiff Peso-leve, em que o barco masculino venceu os campeões Pan-Americanos de 2015 e o barco feminino venceu as medalhistas de prata do Pan”, destaca Varriale.

As duas vitórias deram ao país vaga nos Jogos Olímpicos do Rio, em agosto. No Masculino, William Giaretton, de 25 anos, e Xavier Vela Maggi, de 26, superaram os mexicanos Alan Armenta e Alexis Lopez e os cubanos Raul Hidalgo e Liosbel Lazaga, respectivamente ouro e bronze em Toronto – quando o barco brasileiro (com Ailson Eráclito e Tiago Pereira) ficou em sétimo.  Segundo Varriale, “a nova formação originou-se através de processo de avaliações em campos de treinamento, de dezembro de 2015 a fevereiro de 2016, tendo, portanto, apenas três meses de treinamento, e o melhor resultado dos últimos anos”.

No Feminino, Fernanda Nunes, de 31 anos, e Vanessa Cozzi, de 32, formaram a guarnição na Qualificação Interna da seleção, em fevereiro, e derrotaram as cubanas Yislena Guzman e Licet Hernandez, prata no Pan na prova em que o Brasil foi quinto. “Há um grupo de atletas de referência dentro da Seleção, comprovado nas vitórias no Pré-Olímpico e em resultados expressivos na competição”, diz Varriale, para quem “os resultados do Sul-Americano são realistas e devem ser analisados rigorosamente”.

Além do Pré-Olímpico, os resultados mais expressivos vieram nas provas do Single Skiff Masculino Júnior e Peso-Leve, com disputas contra os argentinos decididas no photo finish. No PL, a diferença entre Uncas Batista e Alejandro Colomino foi de 2 miléssimos de segundo, e de 39 centésimos entre Lucas Verthein e Lautaro Barrios, na prova de juniores.

No Feminino, após conquistar a vaga olímpica Vanessa Cozzi ainda ganhou dois bronzes, no Single Skiff Peso-Leve e no Double Skiff Sênior, novamente com Fernanda Nunes – apesar de o resultado oficial indicar Fabiana Beltrame, cujo segundo lugar no Pré-Olímpico valeu o título Sul-Americano, já que a vitória na Regata de Qualificação foi de Michele Parson, da ilha caribenha de Bermudas. Entre as juniores, Milena Viana foi prata no Single Skiff, menos de dois segundos atrás da chilena Victoria Wells, e bronze no Double Skiff, com Isabela Ibeas.

Segue abaixo a avaliação do coordenador técnico da seleção quanto aos demais barcos da categoria Sênior Masculino:

Four Skiff Sênior: “Segundo lugar, com uma guarnição Peso-Leve. O barco brasileiro chegou a apenas 3 segundo da Argentina, que foi medalha de bronze no Pan-Americano 2015” (prova em que o Brasil não se classificou).

Quatro Sem Sênior: “Formação Sub23 em desenvolvimento, chegou 20 segundos atrás do barco vencedor, da Argentina. No Pan-Americano, o Brasil finalizou em último lugar, com uma formação Sênior A, 25 segundos atrás do barco argentino, que foi bronze.”

Quatro Sem Peso-Leve: “A guarnição era objetivo secundário nesta competição, e remou apenas na véspera da competição, pois envolvia os remadores do Double Skiff Peso-Leve, campeões do Pré-Olímpico. Mesmo assim, foi vice-campeão, apenas 3 segundos atrás do Chile, medalha de bronze no Pan-Americano. A formação brasileira de 2015 ficou em último lugar no Pan, com tempo 13 segundos superior ao dos chilenos.”

Oito Com Sênior: “Formado por quatro remadores Sub-23 e quatro remadores Peso-Leve, o barco brasileiro bronze do Sul-Americano diminuiu a diferença em relação ao barco Argentino, que foi prata no Pan (o Brasil foi 5º). Em 2015 a Argentina chegou 24 segundos à frente dos brasileiros. No Sul-Americano, reduzimos para 14 segundos.”

Segundo Varriale, “o desenvolvimento ocorre através de bom planejamento e de muito comprometimento e dedicação em longo prazo, tanto de atletas, quanto de treinadores e de todo ambiente envolvido, clubes, federações, dirigentes”. Para ele, “a seleção brasileira deve buscar a excelência, sempre. Através do trabalho conjunto dos clubes com a seleção, e do correto planejamento nacional, os resultados desejados por todos os entusiastas do nosso esporte serão conquistados em médio e longo prazo.”

 

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